< Previous30 Antes da mesa redonda foi ainda a oportuni- dade de ouvir o Arquiteto Paisagista Jorge Cancela, presidente da APAP que focou o tema “Cidade em transição. Da destruição a bastião da biodiversidade, de problema a solução das alterações climáticas, de consumidor a produtor alimentar”. Uma visão algo otimista e de como devemos pensar diferente. “Grandes desastres também criam grandes mu- danças” Os problemas que existem são da nossa relação com o habitat. A Natureza vive bem sem nós, nós não vivemos sem ela. Se interi- orizarmos isto sabemos que temos que mudar formas de estar . Existem em todo o mundo exemplos de ac- ontecimentos complicados e que dão depois origem a reações que apontam para o camin- hos certo . O Dia Zero que ocorreu no início de 2019 na Cidade do Cabo foi palco de situação inédita. Com quase 4 milhões de habitantes e a pos- sibilidade real do dia em que nem mais uma gota de água potável sairia pelas torneiras. Um local de maravilhas como a Table Mountain, destino nº1 na lista de muitos turistas, pode ficar famosa por ser a primeira grande cidade do mundo a ficar sem água. Daqui resultou o colocar em prática um racionamento de emergência, com a restrição de 50 litros diários por pessoa. Esta situação de emergência acabou por ter um impacto positivo, com investimento em cri- ação de fábricas de dessalinização para tornar potável a água do mar, projectos de colecta de águas subterrâneas e programas de reciclagem de água. Não há dúvida de que as crises obrigam a uma mudança nos padrões de consumo da água, e agora é difícil imaginar voltar aos dias em que todos eram muito irresponsáveis no uso do re- curso mais precioso do mundo. Sem água, não pode haver vida. Como muitas outras cidades, Pequim e Copen- haga, com inundações urbanas mais frequentes devido ao aumento da cobertura impermeável Arquiteto Paisagista Jorge Cancela31 e às mudanças climáticas. Na sequência des- tas problemáticas grandes investimentos estão previstos para manter a resiliência. Ambas as cidades empregam abordagens alternativas baseadas na retenção e detenção no local de escoamento de águas pluviais. No entanto, quando há uma situação de emergência com fortes chuvas, as duas cidades dependem for- temente de conceitos convencionais que en- volvem túneis profundos para descarga rápida. As soluções alternativas aplicadas tendem a ser mais baseadas em engenharia, como tanques subterrâneos em Pequim e praças de descarga e detenção em Copenhaga. No entanto se transformarmos estas cidades em cidades esponja estamos a transformar a cidade numa infraestrutura verde com capaci- dade para absorver as águas da chuva, cana- lizá-la e reutilizá-la. Os Jardins de Chuva estão cada vez mais na ordem do dia, verdadeiras instalações de bioretenção são uma das práticas para a tratar do escoamento de águas pluviais. Há que repensar materiais mas somos inteli- gentes o suficiente para sermos criativos nestas matérias e ter soluções para o presente/futuro. Também aqui e na zona metropolitana de Lis- boa temos bons exemplos de problemas que se transformaram em soluções, sendo um deles Parque da Várzea e toda a frente ribeirinha em Loures, numa área de 2000 hectares. O objectivo claro foi o de garantir neste ter- ritório os usos do solo que melhor compatibili- zam as funções de produção agrícola com as de conservação da natureza e biodiversidade, de regulação ambiental, de identidade cultural e de recreio e lazer da população, através das seguintes ações: Controlo de cheias e adaptação às alterações climáticas; Restauro ecológico de linhas de água, con- servação de outros habitats e proteção da bio- diversidade; Apoio à agro-silvo-pastorícia, incluindo as costeiras e as zonas de interface agro/urbanas; Proteção e divulgação do património cultural; Instalação de rede de caminhos pedonais e Stormwater Garden in Seattle / Jardim de Chuva em Seattle32 clicáveis, zonas de estadias e miradouros; Promoção da vivência do parque pela popu- lação através do desenvolvimento de conteú- dos, ações e atividades. Outros exemplos a Ribeira da Laje em Sintra, Praça de Espanha, Corredores Verdes.... Introduzir Biodiversidade nas cidades é muito importante. Resumindo as vantagens das árvores em es- paços urbanos, seja pela energia, qualidade do ar, pela redução de CO2, redução do es- coamento de água e até pelo valor que con- ferem aos espaços urbanos, do que estamos à espera? Mas o dia ainda não terminou e a mesa re- donda que se seguiu foi bastante concorrida. O tema foi pertinente e com pontos de vista algo diferentes: “Plantas em espaços públi- cos: Plantas autóctones x plantas melho- radas-Várias perspetivas” Contou com a presença de Dr. Jorge Capelo do INIAV; Engª Ana Paula Carvalho da DGAV; Engº Paulo Carmo do ICNF; Engº Ladislau Silva dos Viveiros Casa Grande e Engº João Gomes em representação da Sigmetum. Passaporte fitossanitário e a bactéria Xylella fastidiosa estiveram na ordem dia. Esta bac- téria já detetada noutros países europeus, nomeadamente em Itália e Espanha chega a Portugal no início de 2019 por via de plantas ornamentais, pelo que foi várias vezes reforça- da a noção da importância das plantas serem provenientes de viveiros e produtores certifica- dos para que possa existir um controlo. Ainda não existe tratamento eficaz para este prob- lema que pode atacar oliveiras, citrinos, vid- eiras, fruteiras, loendros, entre outras plantas, incluindo ornamentais. Mas resumindo, as autóctones e as melhora- das devem ser usadas de forma complementar. De um modo geral todos se renderam ao pai- nel e focaram que o que foi debatido é de ex- trema importância. Dito por Jorge Cancela, “... prosseguir com o debate e arranjar um grupo de trabalho que possa trabalhar de forma sis- temática todas estas matérias e que a APAP está disponível para colaborar”. Muito importante: passar os conheciemntos de forma esturturada a quem projecta, ao público,a quem está num viveiro, aos técnicos e aos alunos. A formação é essencial. Esquerda direita Dr. Jorge Capelo Engª Ana Paula Carvalho Engº Paulo Carmo Engº Ladislau Silva e Arquiteto João Gomes33 Bloomwall Lusorquideas34 Guincho beach, immediately next to the Sintra Cascais Natural Park, and minutes from the center of Cascais and the Serra de Sintra. It is a space with three independent Villas - Villa Abano, Villa Cresmina and Villa Guincho - all of them with spacious and sunny terraces and a decoration where natural materials, neutral tones and the simplicity of small details stand out. Sea’Ya Family Surf Houses also stands out for its sustainability component. “We are a family with a strong connection to the sea, so we are concerned with the impact we have. We avoid the use of plastic, we have ecological detergents of the Portuguese brand EcoX (biodegradable, purchased in bulk and produced essentially from raw materials of vegetable origin), we have amenities in trends | tendências t SEA’YA FAMILY SURF HOUSES IT IS A NEW PORTUGUESE BRAND É UMA NOVA MARCA PORTUGUESA Sea’Ya Family Surf Houses is located in Cascais, in the picturesque village of Charneca, less than 2 km from the famous O Sea’Ya Family Surf Houses está locali- zado em Cascais, na pitoresca aldeia da Charneca, a menos de 2km da famosa praia do Guincho, imediatamente ao lado do Parque Natural Sintra Cascais, e a minutos do centro de Cascais e da Serra de Sintra. É um espaço com três Villas in- dependentes – Villa Abano, Villa Cresmina e Villa Guincho – todas elas com amplos e solarengos terraços e uma decoração onde se destacam os materiais naturais, os tons neutros e a simplicidade dos peque- nos detalhes. O Sea’Ya Family Surf Houses destaca-se ainda pela componente de sustentabi- lidade. “Somos uma família com forte li- gação ao mar, pelo que nos preocupamos com o impacto da nossa atividade no mes- mo. Evitamos o uso de plástico, temos de- tergentes ecológico da marca portuguesa EcoX (biodegradáveis, comprados a granel ENPT35 a refill format to allow the purchase by the liter and thus the reduction consumption of plastic, we encourage recycling and have specific activities for garbage collection on the beaches, as a family or in a group ”, add those responsible. However, Maria and António know that there is still a lot to do. “We are closing a partnership with an ocean cleansing institution so that part of our profits will go towards its activities, we want to capitalize on the excellent solar exposure of the space and install solar panels in all houses, and we already have many projects planned, for the future, in this area ”, they add. e produzidos essencialmente a partir de matérias-primas de origem vegetal), temos amenities em formato de recarga para permitir a compra ao litro e dessa forma a redução do consumo de plástico, incen- tivamos a reciclagem e temos atividades específicas de recolha de lixo nas praias, em família ou em grupo”, acrescentam os responsáveis. Contudo, Maria e António sabem que ainda muito há para fazer. “Estamos a fechar uma parceria com uma instituição de limpeza dos oceanos para que parte do nosso lucro reverta a favor das suas atividades, queremos capitalizar a excelente exposição solar do espaço e instalar painéis solares em todas as casas, e temos já muitos projetos pensados, para o futuro, nesta área”, acrescentam.36 GLAMM FIRE SOLACE FIREPIT The firepit Solac with the simplicity of forms can be a point of reference in the space where it is inserted. The roughness of the rusty finish makes it a piece of functional versatility, with an excellent ability to adapt to outdoor environments. Materials// Steel Finishings// Rusted steel Dimensions// Ø1050 mm x H550 mm | Ø41.3” x H21.6” Weight// 160 kg | 352.7 lbs Accessories// Ash vacuum cleaner - included Protection cover - included Barbecue glove - included O firepit Solace com a sua simplicidade de formas quer ser uma referência no espaço onde se insere. Na sua essência destaca- se o acabamento enferrujado que o trans- forma numa peça rústica de versatilidade funcional. Com excelente capacidade de adaptação a ambientes exteriores. Materiais// Aço carbono Acabamentos// Aço enferrujado Dimensões// Ø1050 mm x a 550 mm | Ø41.3” x a 21.6” Peso// 160 kg | 352.7 lbs Acessórios// Aspirador de cinza - incluído Capa de proteção - incluído Luva de churrasco - incluído EN PT38 When the weather starts to get better and we don’t have our garden, terrace or balcony in the best conditions, its almost enough a good cleaning and bringing some elements from the inside to the outside, even if temporarly it can be a solution for many. This style of decoration is not new and has more and more fans, especially in urban environments and small spaces. They are usually informal spaces in which the textile plays an important role. Blankets, rugs and cushions, almost in excess , allow to create environments as comfortable as a living room. Quando começa a ficar bom tempo e não temos o nosso jardim, terraço ou va- randa nas melhores condições, basta uma limpeza e trazer elementos do interior para o exterior, mesmo que temporariamente, pode ser uma solução para muitos. O es- tilo de decoração não é novidade e tem cada vez mais adeptos, especialmente em meios urbanos e pequenos espaços. São normalmente espaços informais em que o têxtil tem um papel importante. As mantas, tapetes e almofadões, quase em excesso, de forma a criar ambientes tão confor- táveis como uma sala de estar. ENPT BOHEMIAN TRENDS IN THE GARDEN TENDÊNCIAS BOÉMIAS NO JARDIM39Next >